sábado, dezembro 24, 2016

Os dez melhores
discos portugueses de 2016 (N.G.)


A vitalidade de um tempo e um lugar na história da música mede-se, entre vários indicadores, pela capacidade de sermos surpreendidos por algo novo que entra em cena. E se, depois do relativo deserto, com raras exceções, da segunda metade dos noventas e da aurora do milénio, uma multidão de nomes e ideias entraram em cena – bem longe do espetro definido pelos modelos de programas de talentos, entenda-se – a verdade é que do gosto pelo diálogo e colaboração estabelecido entre esta nova geração de músicos (que lembra mais hábitos da canção popular dos setentas do que dos modos de trabalhar da alvorada de uma nova cultura pop/rock nos oitentas) continuam a brotar boas surpresas. E a melhor de todas elas, em 2016, foi a estreia em disco, e em nome próprio, de Joana Barra Vaz. Mergulho em Loba é um disco tão sedutor como intrigante. É daqueles que nos intriga a um primeiro encontro e, depois, aos poucos, se vai revelando… Traz uma dimensão exploratória que, como em tempos havia na Banda do Casaco, é a de quem sonha poder juntar ideias e linhas com a curiosidade de observar os diálogos que dali possam nascer. Este, e os nove que se seguem nesta lista, são dos títulos que mais gostei de ouvir este ano. Entre surpresas, confirmações… E bons reencontros.

1 Joana Barra Vaz “Mergulho em Loba”
2 Samuel Úria “Carga de Ombro”
3 Noiserv “00.00.00.00”
4 Rita Redshoes “Her”
5 Capicua + Pedro Geraldes “Mão Verde”
6 You Can’t Win Charlie Brown “Marrow”
7 SirAiva “Gentleman Takes Polaroids”
8 Mesa “Loner”
9 Alek Rein “Mirror Lane”
10 Cristina Branco “Menina”