segunda-feira, novembro 24, 2014

Novas edições:
Röyksopp


“The Inevitable End”
Wall of Sound
3 / 5

Juntaram-se em Tromso (Noruega) em 1998. E estavam a editar o seu primeiro álbum no ano em que a indústria discográfica do seu país aproveitou uma boa conjugação de novas propostas (contando com nomes como os Kings of Convenience, Slowpho e Sondre Lerche, entre outros mais) para colocar a sua nova música no mapa das atenções. Lançado em 2001 o álbum Melody AM apresentou-nos os Röyksopp e, desde logo, uma forma de estar na música que caracterizaria o grosso de uma discografia que, no formato “tradicional” de álbum aparentemente agora conhece um ponto final com este The Inevitable End. Meses depois de um EP gravado em colaboração com a cantora sueca Robyn, o álbum substitui o que poderia ter sido um simples “best of” que resumisse quase década e meia de discos através de uma nova coleção de canções que, na verdade, acaba também por traduzir a síntese de uma relação clara com as electrónicas – em particular sob focos de diálogo com os domínios do electro – partilhando zonas de convívio quer entre a construção instrumental e a cação quer entre investidas mais claras sobre a pista de dança e momentos de melancolia para viver sem tanta agitação em volta. No fundo projetam-se aqui as linhas mestras que temas como Poor Leno, Remind Me ou Eple lançaram em 2001, promovendo relacionamentos com vozes convidadas, de Robyn (que repete Monument, numa nova e mais curta versão, a Jamie McDermott (dos Irrepressibles) que toma a seu cargo – por ocasiões em excesso, a meu gosto - os instantes de maior dramatismo e teatralidade do alinhamento (infelizmente sem fazer devido emprego do travão que deveria usar mais vezes). Nunca (apesar da focagem bem interessante de ideias em Senior, de 2010) os Röyksopp foram uma banda de grandes “álbuns”, ao disco de estreia – talvez pelo efeito cartão-de-visita – cabendo aquele que representa o seu maior feito neste formato (um “best of” de alinhamento bem pensado será uma coleção de belíssimos singles, sem dúvida). The Inevitable End é, mesmo sob uma ou outra perda de fulgor em alguns dos temas mais lentos, um álbum de ingredientes equilibrados e algumas belas canções (sobretudo as mais vitaminadas nos ritmos). Sabe-se que os dois músicos poderão continuar a fazer música juntos. Mas ao que parece não como Röyksopp e não neste formato “clássico”. A despedida faz-se agora com elegância e sem fugir ao que sempre nos mostraram.