segunda-feira, dezembro 02, 2013

Os melhores 10 filmes de ficção-científica
(9º e 10º)

Começamos hoje a apresentar no Sound + Vision uma lista de 10 filmes de ficção científica. É uma escolha pessoal, que desfilará aqui ao longo desta semana, a cada um dos títulos apresentados cabendo depois algum espaço nas semanas seguintes. Seguindo velhos hábitos, começamos a revelação deste top 10 pela base...

9. Things To Come 
de William Cameron Menzies (1936)

Com ponto de partida no livro The Shape of Things To Come, que H.G. Wells tinha publicado em 1933, o realizador britânico William Cameron Menzies criou em 1935 uma adaptação ao cinema que não só explora as ideias políticas e sociológicas presentes na narrativa como propôs uma visão do futuro (na sequência final do filme) que representou um momento marcante na história do design ao serviço do cinema de ficção científica.

A ação que acompanhamos cruza quase um século, tomando uma cidade ficcional como foco das atenções. Descobrimos Everytown em 1940, em vésperas de uma longa guerra que a isola do resto do mundo e mergulha a humanidade numa era de trevas. Depois de dominada por um déspota, a cidade redescobre um caminho diferente quando, em 1970, um emissário de uma civilização de engenheiros e mecânicos que entretanto florescera. E sob esse novo jogo encontramos um mundo diferente, mas ainda vulnerável à força da ignorância, em 2036.

Consta que o próprio H.G. Wells acompanhou de perto muitos elementos da produção. A banda sonora foi assinada pelo compositor Arthur Bliss. E a art direction, que teve presença determinante na criação das visões do futuro aqui sugeridas, resultou de um trabalho do artista húngaro László Moholy-Nagy.


10. Forbidden Planet
de Fred M. Wlicox (1956)

Num tempo em quem muita da produção de ficção científica se apresentava na forma de aventuras de produção “económica” com ataques de alienígenas e discos voadores como condimento mais habituais, a grande produção que a MGM apresentou em 1956 mostrava algo diferente. Sob realização de Fred M. Wilcox e um orçamento de quase cinco milhões de dólares, a primeira grande super-produção do género na era do cinema sonoro transporta-nos para o século XXIII e para longe da Terra.

Com argumento de Irving Block e Allen Adler, O Planeta Proíbido acompanha a missão de uma nave terrestre a Altair IV, um mundo distante, em busca do destino de uma missão ali lançada 20 anos antes e da qual encontraremos apenas um sobrevivente, a sua filha e um robot (Robby, The Robot) que se transformaria num ícone sci-fi. Com eles surgem ainda ecos de um povo há muito desaparecido, da tecnologia que deixou e de expressões afinal bem vivas da sua memória.

Visualmente cuidado, acompanhado por uma banda sonora eletrónica assinada por Louis e Bebe Barron, é um evidente percussor de muitas das ideias que a ficção científica visitaria depois, nomeadamente o universo Star Trek, que nasceria dez anos depois.