quinta-feira, julho 11, 2013

Painéis que guardam memórias


Na primavera de 1943, na etapa final da liquidação do gueto de Varsóvia, um conjunto de resistentes levantou-se em armas (nas que conseguira juntar) num gesto de luta que os alemães certamente não espertavam. O levantamento do gueto (que terminaria alguns dias depois com o total esvaziamento das ruas e habitações) é hoje evocado em vários pontos de Varsóvia. Um deles a praça onde agora está instalado o Museu da História dos Judeus Polacos e que corresponde a um dos lugares finais de luta e resistência nesse episódio final de vida do gueto. A memória desse momento de luta, bem como a de muitos que dali caminharam para as suas mortes é lembrada em dois painéis criados pouco depois do fim da guerra por Natan Rappaport.


A memória dos que resistiram e lutaram em 1943, assim como a dos muitos outros que ali morreram ou foram levados para campos (sobretudo o de Treblinka, a pouco menos de 100 quilómetros da cidade) foi lembrada neste que foi o primeiro monumento erigido depois do fim da guerra. Fotos da época mostram mesmo o Monumento aos Heróis do Gueto levantado entre uma vizinhança de edifícios em escombros. A estrutura em pedra que acolhe os dois painéis foi feita com lajes que tinham sido trazidas da Suécia para um outro monumento, a uma vitória alemã que não aconteceu. A histórica visita a Varsóvia, em 1970, de Willy Brandt, chanceler da Alemanha Ocidental, levou-o a passar frente a este monumento, junto do qual se ajoelhou num gesto interpretado como um pedido de perdão do povo alemão.