quinta-feira, janeiro 31, 2013

Beyoncé e o hino (Parte II)

Na tomada de posse de Barack Obama, Beyoncé cantou o hino americano em playback? Sim, é verdade. E se dúvidas ainda houvesse, ela própria as veio esclarecer, na conferência de imprensa de apresentação da sua performance no Super Bowl (3 Fevereiro).
Com grande pragmatismo, lembrou o que, do seu ponto de vista, estava em jogo: "Era uma transmissão televisiva em directo, muito, muito importante para mim – um dos momentos de que mais me orgulho. Devido ao tempo, devido ao atraso, devido à ausência de um teste de som adequado, não me senti confortável em correr o risco. Era o meu Presidente e a sua tomada de posse, e não quis minimizar tudo isso. Decidi optar por um registo pré-gravado, o que é muito comum na indústria musical. E tenho muito orgulho na minha performance."
Ainda bem que alguém, mesmo correndo o risco de desiludir muitos fãs, tem a serenidade suficiente para referir de forma tão transparente o que se passou. Além do mais, desmontando o maniqueísmo dos que querem confundir a alternativa som directo/som gravado como uma automática duplicação dos mais ancestrais combates entre o "Bem" e o "Mal" (em boa verdade, neste campo, qualquer ponto de vista mais extremado obrigaria a deitar para o caixote do lixo toda a tradição do musical de Hollywood).
Antes do seu esclarecimento, Beyoncé deu a melhor resposta que uma genuína entertainer poderia apresentar: abriu a sua conferência de imprensa cantando The Star-Spangled Banner... sem playback!