terça-feira, outubro 04, 2011

Joe Henry: acústico, cor de sangue

Nascido em 1960, Joe Henry é, por certo, um dos mais discretos tesouros da música americana. Movendo-se com grande destreza do country mais ou menos alternativo à soul, com derivações jazzísticas q.b., mantém-se um admirável e introspectivo não-alinhado. Para mais, as suas capacidades estendem-se às artes da produção, estando o seu nome ligado, por exemplo, a Solomon Burke (Don't Give Up on Me, 2002), Aimee Mann (The Forgotten Arm, 2005) ou Elvis Costello e Allen Toussaint (The River in Reverse, 2006). Ou ainda às subtilezas da composição de canções – lembremos o emblemático Don't Tell Me, momento mágico do álbum Music (2000) da sua cunhada, Madonna (com quem gravou Guilty By Association, para a antologia Sweet Relief II: Gravity of the Situation, de canções de Vic Chesnutt).
Com chancela da editora Anti-, Joe Henry está de volta com uma pequena pérola, totalmente acústica, que dá pelo nome de Reverie (13º título da discografia pessoal). São 14 canções de metódica deambulação interior, num registo que preserva todas as arestas sonoras, sem limpezas nem retoques mais ou menos digitais. Como ele próprio diz: "a preto e branco, mas não sem ter sangue vermelho nas veias" – em escuta integral nas páginas da NPR.

>>> God Only Knows, canção do álbum Civilians (2007), num concerto em Amsterdão, 12/02/2008.