domingo, fevereiro 13, 2011

Berlim 2011 — sob o signo de Pina Bausch


Para que serve o cinema, afinal? Pois bem, talvez para isto mesmo: não para vermos o mundo como ele é, mas sim para contemplarmos aquilo que não vemos no mundo. Com o seu Pina, dedicado ao trabalho de Pina Bausch (1949-2009), Wim Wenders faz-nos descobrir esse misto de abstracção e carnalidade que o bailado pode envolver, para mais abrindo caminhos para uma possível redenção das três dimensões. Dito de outro modo: depois do boom do digital, este é um dos poucos filmes em que o 3D adquire toda a justeza e pertinência, já que aquilo que vemos — e, sobretudo, o modo como o vemos — se apresenta indissociável da sua transfiguração técnica. Em resumo: um dos grandes acontecimentos [trailer em baixo] de Berlim 2011.