sexta-feira, abril 30, 2010

Em directo para a televisão

Os MGMT passaram pelos estúdios da NBC para actuar no Saturday Night Live. Um dos temas que apresentaram no programa foi este Brian Eno.

Brandon Flowers edita disco a solo

O vocalista dos The Killers, Brandon Flowers, vai editar um álbum a solo. O disco terá por título Flamingo e a data de edição está ainda por definir.

Novas edições:
Arcadia, So Red The Rose

Arcadia
“So Red The Rose (Special Edition)”

Parlophone / EMI Music
4 / 5

A recta final de 1984 (ano de uma gigantesca digressão que do grupo fez definitivamente um fenómeno pop de expressão global) viu os Duran Duran a pedir umas férias, o grupo na verdade acabando dividido em duas facções. Por um lado John e Andy Taylor convocavam Robert Palmer e o baterista Tony Thompson para criar, em Nova Iorque, um híbrido entre o rock’n’roll e heranças rítmicas do funk, numa versão meio ‘design’ e estilizada ao gosto do som da produção dos oitentas (falamos dos Power Station). Por outro, Simon Le Bon, Nick Rhodes e Roger Taylor juntavam-se num estúdio em Paris para desenvolver uma ideia pop mais sofisticada, que de certa forma partia de raizes mais próximas do som explorado no terceiro álbum dos Duran Duran. Convocaram convidados de primeiro plano, de Grace Jones a Sting, de David Gilmour a Andy MacKay (ex-Roxy Music), de Carlos Alomar a Masami Tsuchiya (guitarrista que havia acompanhado a derradeira digressão dos Japan). Editado em finais de 1985, So Red The Rose revela uma ideia afinal assim não tão distante do trabalho com os Duran Duran, traduzindo talvez mais evidente que nunca um protagonismo cénico definido pelos sintetizadores de Nick Rhodes (Election Day, Lady Ice, Rose Arcana ou Missing são exempos evidentes) e traduzino um sentido “exotismo” com tempero cigano (El Diablo), não deixando contudo de focar um interesse pela dedicação ao formato da canção pop (como em Keep Me In The Dark, The Promise ou The Flame) e um gosto pelas genéticas white funk (Goodye Is Forever), que emergeria como protagonista em Notorious, o disco que assinalaria o regresso dos músicos (bem, de apenas três deles) aos Duran Duran em 1986. A presente reedição, além de apresentar as canções remasterizadas segundo a tecnologia digital do nosso tempo, propõe a “integral” da obra dos Arcadia em dois CD e um DVD. Junta assim ao álbum os lados B, as versões máxi e o single Say The Word que, meses depois do álbum, Le Bon e Rhodes gravaram para a banda sonora de Playing For Keeps. O DVD recolhe os conteúdos de um VHS editado em 1987 que junta aos cinco telediscos dos Arcadia (Election Day, The Promise, Goodbye Is Forever, The Flame e Missing) os respectivos ‘making of’. Recupera-se assim um pedaço importante da história dos Duran Duran, numa experiência paralela com afinidades evidentes com álbuns como Seven and The Ragged Tiger (1983) e Big Thing (1988).


Imagens do teledisco de Election Day, o primeiro single dos Arcadia, lançado em finais de 1985.

Ver cinema em Londres

Uma das melhores salas de cinema (na verdade tem três ecrãs) de Londres mora em plena Shaftsbury Avenue, bem perto do cruzamento com Charing Cross Rd. Trata-se do Curzon Soho, que não só costuma apresentar uma cuidada selecção de filmes como, frequentemente, acolhe uma série de eventos, de mostras a festivais, debates e por aí adiante. É um espaço acolhedor. No piso térreo há um agradável bar (boa selecão de sandes, bolos, sumos e bebidas quentes) e, ao lado, a bilheteira partilha uma parede com uma montra de DVDs (para venda). No piso intermédio, mais abaixo, uma boa zona de sofás e mais um bar. No piso inferior, as três salas.

Aqui fica o site oficial do Curzon Soho

IndieLisboa, 30 de Abril

Tem hoje primeira aprensentação, integrado no Indie Lisboa, o filme Como Desenhar Um Círculo Perfeito, a nova longa-metragem de Marco Martins. O sucessor de Alice tem, novamente, música de Bernardo Sassetti. O argumento é do próprio realizadore e é co-assinado por Gonçalo M. Tavares. A história evolui em torno de dois irmãos gémeos, Gulherme e Sofia. Vivem afastados e num mundo diferente dos outros da sua idade. Vêm filmes antigos, escutam canções de outros tempos. Guilherme sabe desenhar círculos perfeitos. E tem uma obsessão: chama-se Sofia. O filme passa às 21.45 na Sala 1 do Cinema São Jorge.

Pela National Gallery: Van Gogh

Ainda pelas salas da National Gallery, hoje passando frente a um dos quadros de Van Gogh que a colecção apresenta. Trata-se de Campo de Trigo com Ciprestes, que Van Gogh pintou em 1889, numa etapa da sua vida que passou num asilo em St Rémi, perto de Arles. O quadro integra uma série que van Gogh criou nesse ano, os outros dois estando expostos no Museu Kröller-Müller (Holanda) e no Metropolitan (Nova Iorque)

quinta-feira, abril 29, 2010

A noite, segundo Neil Hannon

Os Divine Comedy estão de regresso aos discos e editam, a 31 de Maio, o álbum Bang Goes The Knighthood. O single de avanço é este At The Indie Disco. Aqui fica o teledidsco.

'Top Of The Pops' num museu londrino

O Victoria & Albert, em Londres, inaugura amanhã uma exposição dedicada ao trabalho fotográfico de Harry Goodwin quando, entre 1964 e 1973 acompanhou o programa Top Of The Pops, na BBC. A exposição junta 200 fotografias e estará patente até 24 de Outubro.

IndieLisboa, 29 de Abril

Um dos melhores títulos da selecção de filmes este ano apresentadas na secção Indie Music, do IndieLisboa leva-nos hoje ao universo em redor de Stephin Merritt, a alma central dos Magnetic Fields (e de vários outros grupos, dos Gothic Archies aos The 6ths). Com o título Strange Powers: Stephin Merritt and the Magnetic Fields, o filme toma por centro da acção o estúdio que o músico instalou na sua própria casa em Nova Iorque (e mais tarde em Los Angeles), aí regressando entre breves visitas a momentos de palco, entrevistas com os restantes membros do grupo, admiradores (como, por exemplo, Peter Gabriel) e frequentes incursões por memórias de arquivo registadas em vídeo. Apesar de conduzir a arrumação do percusro dos Magnetic Fields segundo uma ordem cronológica, o filme evita o fastio era-uma-vez que tantas vezes torna as histórias de músicos e bandas um prazer exclusivo para admiradores e convertidos. O feitio nada fácil de Stephin Merritt (e quem o já entrevistou mais que uma vez confirma que não é fama tipo mito, é realidade), o seu humor peculiar, a inesperada entrada em, cena da sua mãe e de memórias que o fazem tapar a face com as mãos, são ingredientes que lançam constantemente motivos de interesse. As ideias, as canções e o mundo prático em volta de uma actividade artística são igualmente destinos frequentes num filme que sabe contar uma história. E que dá uma vontade tremenda de voltar a ouvir alguns dos discos ao regressar a casa. Passa à meia noite no Cinema São Jorge.

Outra das sugestões para o dia de hoje passa por J’ai Tué Mère, o filme que assinala a estreia do jovem canadiano Xavier Dolan. Com fortes traços auto-biográficos, a história foi transformada em argumento tinha Xavier 16 anos, acabando este por realizá-la (e vestir a pele do protagonista) aos 19. O filme centra-se na relação conflituosa, frequentemente vivida entre gritos, de um jovem de personalidade rebelde e uma mãe, amarga e frustrada, que o criou sozinha desde que, cedo, o pai os deixou. Hubert e a mãe vivem num suburbio de Montreal. E o ambiente que se vive em sua casa é o oposto ao ele que conhece na do namorado, filho de uma hippie de sorriso sempre colado no rosto. Ao saber da relação do filho, a mãe de Hubert convoca o pai e, juntos, decidem enviá-lo a um colégio interno. O filho não vai gostar… No título do filme não se leia contudo uma eventual situação de faca e alguidar na sequência desta decisão. Na verdade o título decorre de uma composição, apresentada por Hubert na escola, na qual falava da sua mãe como se esta tivesse morrido (situação que, naturalmente, nada contribuiu para a harmonia caseira logo que esta soube do sucedido)… J’ai Tué Ma Mère passa às 21.30 no Cinema City Classic Alvalade (repete ali dia 1, pelas 23.30).

Novas edições:
Mão Morta, Pesadelos em Peluche

Mão Morta
“Pesadelo em Peluche”

Universal
4 / 5

Os Mão Morta são um dos cada vez mais raros exemplos de uma obra em construção capaz de aliar a noção do tempo vivido (e das experiências colhidas) ao gosto em continuar a caminhar, olhando em frente… Que é como quem diz, cimentaram em 25 anos de actividade todo um código de referências, não se fechando contudo num porto seguro onde, muitas vezes, muitos grupos transformam veterania numa espécie de piloto-automático que, progressivamente, perde viço e consequência. Pelo contrário, nos últimos anos os Mão Morta têm-nos apresentado discos que os colocaram, com invulgar regularidade, na linha da frente dos acontecimentos do universo pop/rock alternativo (e periferias) por estes lados, frequentemente convocando as noções de supresa e desafio. E basta citar títulos como Müller No Hotel Hessicher Hof (1997), Há Já Muito Tempo Que Nesta Latrina O Ar Se Tornou Irrespirável (1998), Primavera de Destroços (2001) ou o mais recente Maldoror (2008) para sublinhar a variedade de caminhos vividos. Neste aspecto, e a uma primeira abordagem, o novo Pesadelo em Peluche poderia sugerir um instante de pausa ou mesmo um passo atrás. Mas não o é. Assinala, de facto, um reencontro com a alma rock’n’roll do grupo, que emerge de quando em quando, e que tem como referência maior o “clássico” Mutantes S.21 (1992). Mas mesmo se pelos temas se projectam ideias, narrativas ou imagens algo familiares, a relação com a música sugere, mais que nunca, uma vontade em explorar o formato da canção, não fechando contudo a sua alma “rock” numa montra de evocações para electricidade e demais elementos da cartilha formal do género. Os arranjos traduzem uma história que há muito integrou outros elementos (nomeadamente as electrónicas, mesmo quando discretas) e a voz tanto se entrega a rituais rock’n’roll como recupera por vezes o tom contador de histórias que é já parte da genética dos Mão Morta. Pode não ser o mais surpreendente da obra do grupo. Pode não pregar a revolução (e é preciso fazê-lo a toda a hora?). Mas mostra que sabem evitar a “rasteira” do back to the basics (que tantas carreiras longas tem magoado), optando antes por, na hora de alguns reencontros, não olhar apenas ao passado mais remoto, mas à soma de toda uma vivência, projetctando-a num presente que, mesmo sugerindo um clima que nos é já familiar, ainda tem algo para nos contar. A “garra” afinal está lá… É apenas diferente.

Por Londres...

Duas sugestões para compras em Londres (departamento trapinhos). A primeira é talvez, neste momento, a mais interessante colecção de propostas de roupa masculina que Londres apresenta neste momento. A Top Man (nos dois andares superiores da Top Shop, os inferiores mostando roupa para senhora) alia um traço jovem e informal a vários estilos, do mais leve e estival ao fato de trabalho, mas nunca com um “peso” formal. Ainda por cima apresenta preços competitivos. A loja fica em Ofxord Street, mesmo junto a Ofxord Circus.

Podem ver as colecções aqui.

Outra loja em “alta” neste momento é a que a Abercrombie & Fitch abriu recentemente em Londres. Da rua, e como a imagem sugere, parece apenas uma normalíssima casa chique… Mas lá dentro o ambiente é mais parecido com o de uma discoteca (com música de dança por banda sonora, e longe de parecer musica ambiente, que toca bem alto). O espaço é vasto, escuro, com a iluminação a destacar as colecções de camisas, calças, pólos, perfumes, etc em altas estantes de madeira… E o ‘staff’ parece saído de uma passagem de modelos. É a loja de roupa perfeita para os admiradores de Bret Easton Ellis.A loja fica em Burlington Gardens, muito perto de Picadilly. A porta principal, de resto, fica frente a uma das entradas da Royal Academy Of Arts.

Podem ver as colecções aqui.

Pela National Gallery: Ucello

Uma das mais antigas das obras em exposição na colecção permanente da National Gallery, em Londres, é uma parte de um tríptico que o pintor florentino Paolo Ucello deverá ter criado entre 1438 e 1440. A imagem retrata a Batalha de San Romano e revela sinais de busca de uma noção de perspectiva. As restantes partes do tríptico estão em exposição em Milão e Paris.

quarta-feira, abril 28, 2010

Um filme de Romain Gavras

O novo teledisco de M.I.A. é na verdade uma curta-metragem de Romain Gavras (que já assinou telediscos para os Last Shadow Puppets, Simian Mobile Disco ou Justice), ao som de Born Free, o novo single da cantora. É um “filme” violento, ao que parece reflectindo sobre a ideia de genocídio. O YouTube já o retirou duas vezes de circulação.

Podem ver o teledisco aqui

IndieLisboa, 28 de Abril

O IndieLisboa apresenta hoje, em primeira passagem (Culturgest, 21.30, repete dia 30, às 21.45 na mesma sala) a única longa-metragem de ficção de produção nacional em competição. Trata-se de Guerra Civil, o filme que representa a estreia de Pedro Caldas na realização de uma longa. As imagens levam-nos ao Verão de 1982, a uma praia a Sul e em concreto a um espaço familiar onde comunicar não é o verbo mais vezes conjugado. No centro da acção está Rui (interpretado num registo convincente por Francisco Belard) que tem exames pela frente e por isso passa mais tempo em casa que ao ar livre. Mas a música (sobretudo a dos Joy Division que escuta na rádio, no Som da Frente de António Sérgio) chama mais a sua atenção. Assim como os desenhos que faz e guarda em segredo, projecções de um mundo interior no qual vive permanentemente mergulhado. Rui não parece partilhar o entusiasmo luminoso qua faz o dia a dia do verão dos outros que o rodeiam. Segue o seu caminho, alheado, solitário, calado e só Joana (Maria Leite), uma amiga que ali está também a passar férias parece conseguir tirá-lo do seu estado habitual... O filme observa os factos e personagens quer pelos pontos de vista de Rui quer pelos da sua mãe, a realidade de ambos sendo somada na narrativa que se conta para nos garantir um plano geral do que acontece. Uma boa estreia para Pedro Caldas numa realização que sabe juntar um olhar contemplativo a um seguro desejo de contar uma história (tendo na música mais que apenas um mero marco de época, mas também um importante complemento à caracterização das personagens).

Novas edições:
New Young Pony Club, The Optimist

New Young Pony Club
“The Optimist”
PIAS / Edel
3 / 5

Quando finalmente se fizeram notar, em 2007 (ao som de Ice Cream, na verdade originalmente editado dois anos antes), os New Young Pony Club pareciam ser mais um nome a arrumar na prateleira dos que então apanhavam o comboio em andamento de uma geração que havia redescoberto na memória pós-punk os condimentos para uma ideia pop/rock com corpo musculado de alma rock e um apetite para a dança. A angulosidade de Ice Cream chamou atenções, resultando contudo o álbum de estreia que se seguiu num inconsequente amontoado de experiências ao redor de ideias não muito distantes, com molho à anos 80 a ensopar o prato… Passaram três anos e, na hora de propor um segundo álbum, o grupo acaba por surpreender. Ao contrário dos tropeções em série que têm ceifado muitas das promessas nascidas em clima pop/rock (facção oitentas revisitados) em meados da década dos zeros, The Optimist é um seguro passo em frente. Mantém firme um contacto com uma pulsão rítmica devedora de heranças do disco, mas desta vez traça um quadro assombrado em canções que, mesmo juntando ecos de memórias pós punk (de Siouxsie & The Banshees a Blondie) mostra mais interesse em explorar o presente que em viver apenas da cor das citações… Electrónicas cruzam os cenários, o baixo dança com a percussão (na melhor escola de quem partiu dos Joy Division mas depois encontrou a luz). O optimismo a que o título alude não parece habitar canções que, mesmo desafiando as pernas a dançar, nunca sugerem um clima de festa. Não traz nenhum “mimo” irresistível como o foi Ice Cream. Mas propõe um corpo de canções que sugerem um percurso de fio a pavio e não obrigam o dedo a carregar no botão à procura da faixa seguinte…

A "luz", segundo Christen Kobke

É uma das exposições imperdíveis que Londres propõe neste momento. Numa sala no coração na National Gallery apresenta-se um conjunto de pinturas do dinamarquês Christen Kobke, um “mestre da luz”, como sugere o título da exposição. Natural de Copenhaga, onde nasceu em 1810, o pintor é recordado nesta exposição através de obras que evocam tanto a etapa em que viveu perto da capital como uma importante viagem a Itália em 1838, depois de terminados os seus estudos.
A printura que abre este post, uma das que podemos ver na exposição na National Gallery, mostra um olhar sobre o portão da cidadela , onde vivia. Data de 1834 e revela um olhar que parece semelhante ao da fotografia “instantânea”. Repare-se na informalidade das poses, no facto de haver uma figura tapara por um poste. E, claro, na luz.

Outras três obras de Kopke em exposição na National Gallery. Por ordem, a Vista de Dosseringen Perto do Lago Soterdam a Caminho de Norrebro, de 1838, o Castelo de Fredriksborg à Luz do Fim da Tarde, de 1835 e Vista de uma Rua em Ostebro (arredores de Copenhaga), de 1836.

A exposição inclui ainda retratos assinados por Kobke. E, claro, pinturas da sua viagem a Itália. Tem entrada gratuita e está patente até 13 de Julho.

Pela National Gallery: Monet

Em dia de calor, e continuando a visita pelas salas da National Gallery, passamos hoje frente à Praia em Trouville, de Claude Monet. Óleo de 1870, crê-se que em parte tenha sido pintado na praia, uma vez que há grãos de areia presentes entre a tinta.

terça-feira, abril 27, 2010

E agora são duas...

As Pipettes, com nova formação, estão de regresso com um segundo álbum, que editam em Junho. Stop The Music é o single de apresentação. Aqui fica o teledisco.

A segunda ópera de Damon Albarn

Damon Albarn está a trabalhar numa nova ópera em conjunto com James Hewlett (o seu colaborador de sempre nos Gorillaz) e com Alan Moore. Vulture, assim se chama a ópera, é centrada na figura de John Dee, um matemático (e alquimista) inglês que viveu entre o século XVI e inícios do século XVII.

Novas edições:
Jónsi, Go

Jónsi
"Go"
Parlophone / EMI Music
4 / 5

Os islandeses Sigur Rós (apesar da carreira iniciada ainda nos noventas) foram um dos nomes mais marcantes e inventivos em cenário pop/rock – e espaços em redor – revelados pelos anos zero. Contudo, e como o seu mais recente (e sublinhe-se, algo inconsequente) disco o sugeria, aproximavam-se de um beco sem aparente saída… A resposta chegou entretanto pelas mãos do vocalista Jónsi Birgisson, primeiro numa aventura essencialmente instrumental assinada em parceria com Alex Somers (no álbum/instalação editado como Riceboy Sleeps). Agora, a solo (mas na verdade contando com a preciosa colaboração nos arranjos e na própria gravação do compositor norte-americano Nico Muhly), leva ainda mais adiante o desafio de experimentar ideias além do terreno que definiu a sua obra nos Sigur Rós. A sua voz demarca logo à partida uma clara identidade, mas o alargar das potencialidades garantido pela mais vasta paleta de instrumentos, pela abertura de horziontes nas próprias formas abordadas e, vinque-se novamente, a visão de Muhly (que brilhara já em 2009 nos arranjos para os Grizzly Bear em Veckatimest), faz de Go um momento de renascimento que mostra uma vez mais como é nas terras de ninguém, junto às fronteiras da pop, que a música “popular” mais interessante deste momento está a acontecer.

PS. Este texto é uma versão editada de um outro publicado na edição de 24 de Abril da revista NS.

Uma padaria 'gourmet' em Londres

Há um novo “restaurante” a visitar, sem falta, em passagem por Londres. Não é exactamente um restaurante, mas antes uma “padaria”… Em concreto, uma primeira experiência de exportação para a cidade da rede gourmet milanesa Princi. O espaço, de design convidativo, propõe além das pizzas (que vemos a ser feitas, ao vivo, atrás do balcão) uma série de saladas, assim como vários tipos de pães e pastelaria. Em regime self-service, mas sob a ajuda permanente dos empregados, cada um compõe a sua refeição, levando depois o tabuleiro para a zona de mesas (frequentemente lotadas à hora do jantar)… A Princi fica no número 135 de Wardour St, em pleno Soho.

IndieLisboa, 27 de Abril

O IndieLisboa recorda hoje os dois primeiros filmes de uma trilogia de Jorge António dedicada à música angolana. Pelas 21.45, na Culturgest, são apresentados os documentários Angola – Histórias da Música Popular e Kuduro, Fogo no Museke. Dia 30, na mesma sala, pelas 21.30, é exibido o filme que fecha esta trilogia, O Lendário “Tio Liceu” e os Ngola Ritmos.

Pela National Gallery: Seurat

As colecções da National Gallery, em Londres, propõem um olhar panorâmico da história da pintura ocidental entre o final da Idade Média e a chegada do século XX. Entre as mais recentes das obras representadas contam-se uma série de pinturas de Georges Seurat, como é o caso de Banhistas em Asnières, pintura de 1884 que domina aquela que é muitas vezes a última sala a ser visitada num percurso cronológico pela exposição permanente. Foi a primeira obra de grande escala do pintor, experimentando em alguns espaços ideias de sugestões por pontos que depois desenvolveria numa técnica que tornou célebre. A cena ilustra um momento de lazer, à beira do rio sena, nos arredores de Paris.

segunda-feira, abril 26, 2010

Novas edições:
Caribou, Swim

Caribou
“Swim”

City Slang / Nuevos Medios
5 / 5

A arte da mutação é valor, argumento ou caminho que nem sempre traz os melhores resultados nas mais variadas obras… E o canadiano Daniel Victor Snaith é um claro exemplo de como a “mudança” nem sempre abre os melhores caminhos. Filho de um matemático, irmão de uma professora universitária de… matemática, começou por definir um rumo no ofício da família. A primeira mutação, que o desviou em exclusivo das reflexões mais abstractas para um terreno concreto, feito de música, revelou (através dos primeiros títulos que gravou como Manitoba) um dos mais interessantes pensadores da música electrónica dos primeiros anos do novo século. Ao mesmo tempo que completava uma tese no Imperial College londrino, uma nova mutação desviava a sua música rumo a outros caminhos, passando a assinar os discos como Caribou revelando todavia a nova música uma abertura de horizontes a outros interesses que o afastaram para opções que geraram discos progressivamente menos marcantes… Sem mudar novamente de nome, Daniel volta contudo a convocar uma ideia de mutação que agora faz suceder ao psicadelismo pouco estimulante do anterior Andorra (de 2007) um álbum que o devolve a um lugar de protagonismo nos universos da música electrónica, e desta vez com a canção mais que nunca no centro das atenções. Swim é um disco feito de uma espantosa sucessão de quadros que, maioritariamente cantados, fazem do novo disco de Caribou uma das mais interessantes colecções de canções desenhadas a ferramentas electrónicas dos últimos tempos. Os ambientes e texturas que definem os cenários partilham protagonismo com um melodismo apurado, os desejos mais experimentalistas mostrando assim como a partilha de interesses com a canção pop é possível. E está encontrado mais um daqueles discos a inscrever na história dos momentos incontornáveis de 2010.
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PS. Este é o novo modelo de apresentação de críticas na área pop/rock no Sound + Vision, dispersando-as ao longo da semana, substituindo assim o anterior conjunto de textos publicados como 'Discos da Semana'

Filmar a paixão

Os Mão Morta têm um teledisco para um dos temas do seu novo álbum de originais. Aqui fica o pequeno filme, que acompanha Novelos da Paixão, numa produção da Bando À Parte, com realização de Rodrigo Areias.

Lady Gaga em Lisboa a 10 de Dezembro

Está confirmada a passagem da Monster Ball Tour, de Lady Gaga por palcos portugueses. O concerto está marcado para o dia 10 de Dezembro, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa.

Três (novos) olhares por Londres

Três olhares pelo céu de Londres, esta semana, em Euston Rd. Em todos eles notam-se os “rastos” deixados pelos aviões que, depois de alguns dias ausentes (com espaço aéreo fechado como consequência da erupção do vulcão islandês Eyjafjallajökull) entretanto regressaram aos seus trajectos sobre a cidade.

IndieLisboa, 26 de Abril

Pelo IndieLisboa passa hoje Napoli, Napoli, Napoli, de Abel Ferrara. Histórias de Nápoles, escritas por membros da associação juvenil anti-crime Figli del Bronx, sugerindo caminhos entre a ficção e o registo documental, num filme que passa (já em segunda exibição) pelas 21.45 na Sala 1 do Cinema São Jorge.

Uma outra sugestão para hoje, igualmente cruzando as linguagens da ficção e do documentário é La Bocca del Lupo, de Pietro Marcello, que passa à mesma hora no Cinema City Classic Alvalade (repete amanhã, na mesma sala, às 18.15). Esta é a história de um romance entre um marinheiro siciliano e um transexual, que vivem projectando no futoro o sonho de uma nova vida numa pequena casa de campo, com vista sobre a cidade e o mar.

Pela National Gallery: Caravaggio

Estamos de visita, esta semana, às salas da National Gallery, em Londres. E começamos por uma das obras de referência desta colecção. Datado de 1601, O Jantar de Emaús (por vezes também referido como Os Discipulos de Emaús) é uma das obras mais célebres de Caravaggio. O pintor criaria poucos anos mais tarde uma outra visão deste mesmo episódio numa outra pintura que se encontra em exposição em Milão.

domingo, abril 25, 2010

Happy birthday, Mr. Pacino

Cada geração — e, por certo, também cada espectador — descobre a juventude, ou uma certa ideia de juventude, também através do cinema. Pertenço à geração que encontrou a cristalização de uma juventude desamparada e ansiosa, historicamente à deriva, em personagens como o toxicodependente interpretado por Al Pacino em Pânico em Needle Park (1971), de Jerry Schatzberg.
À distância, essa descoberta multiplica o seu perturbante simbolismo se nos lembrarmos que Pacino, praticamente a começar a sua carreira cinematográfica, estava longe de ser um adolescente: nascido a 25 de Abril de 1940, tinha-se imposto no meio teatral antes de ser convocado pelos filmes. Em todo o caso, dessas ambivalências ressalta uma certeza: Pacino, senhor de uma juventude que nunca abandona o seu olhar, faz hoje 70 anos.
Podemos recordar os momentos emblemá-ticos, começando pela saga de O Padrinho (1972), de Francis Ford Coppola, também muito simbolicamente recebendo a herança directa de Marlon Brando. Podemos também citar os papéis em que o actor aceita o desafia de se cruzar com os registos mais insólitos, incluindo a BD, como no Big Boy Caprice [foto ao lado] de Dick Tracy (1990), de Warren Beatty. Podemos ainda rever mentalmente a inigualável energia emocional e mental de personagens que, por assim dizer, fazem um filme — e lembraremos Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest (o filme com que Pacino arrebatou o seu único Oscar), ou Donnie Brasco (1997), de Mike Newell.
Em todo o caso, mesmo com evidentes escolhas infelizes (por exemplo, O Recruta, de Roger Donaldson, lançado em 2003), a carreira de Pacino contém esse risco, ao mesmo tempo profissional e ontológico, que nos permite perceber que representar em frente a uma câmara de filmar pode ser um paradoxal e fascinante espectáculo de revelação. Segundo as notícias que vão chegando, o mais recente exemplo dessa arte de eleitos parece ser You Don't Know Jack [foto], uma realização de Barry Levinson (para a HBO) sobre a polémica figura de Jack Kevorkian, o médico americano defensor do suicídio assistido.

Jim Carrey: a comédia também tem sexo

Jim Carrey [à direita] e Ewan McGregor são admiráveis de humor, ironia e subtileza numa comédia tão deliciosa quanto heterodoxa: Eu Amo-te Philip Morris — este texto foi publicado no Diário de Notícias (21 de Abril), com o título 'Comédia com sexo e dinheiro'.

No começo de Eu Amo-te Philip Morris, a voz de Jim Carrey dá-nos conta da curiosa existência da sua personagem, Steven Russell: membro das forças policiais, um casamento feliz, enfim, um modelar americano médio... Há mais alguns pormenores secundários que vai revelando com toda a naturalidade: assim, por exemplo, acontece que se especializou em jogadas financeiras não muito transparentes. Ah, é verdade! Steven é gay.
Nas nossas cabeças formatadas por muitos debates televisivos, esperaríamos, talvez, que Eu Amo-te Philip Morris se transformasse num visão “crítica” das forças policiais. Ou numa “parábola” sobre a condição homossexual na América...
Mas não: os realizadores Glenn Ficarra e John Requa não têm mentalidade de deputados voluntaristas e, por isso mesmo, não vêem o mundo como se fosse a ilustração didáctica de temas “legais” e “ilegais”. Aquilo que os interessa mesmo é o sexo! Chocante? Só mesmo se o leitor achar que a telenovela das nove é realista... Esta é uma história atenta às mais pequenas nuances da sexualidade, do amor e da luxúria, e também à sua coexistência com os caminhos ínvios do dinheiro. Tudo isso com o espírito alegre (é uma comédia, como já devem ter deduzido) de quem observa as máscaras voluntárias e involuntárias das relações humanas.
Dizer que Jim Carrey volta a ser genial, eis o que só peca por redundante: dêem-lhe uma grande personagem, cómica ou trágica, e ele vai até ao fim do mundo. Sublinhe-se, no entanto, a prodigiosa composição de Ewan McGregor no Philip Morris do título, frágil e comovente, num registo que nunca dispensa os delírios próprio da comédia. A propósito: Philip Morris também é gay... mas não vos vou contar o filme.

Como numa nave, pelo espaço...

Voltamos a Thomas Adès, que de ano a ano se afirma como o mais interessante compositor deste início de século. Se em finais de 2009 a gravação da sua segunda ópera, The Tempest, gerou um dos acontecimentos editoriais do ano na área da música clássica, estes primeiros meses de 2010 assistem a mais uma edição imperdível. Novamente pela EMI Classics, um disco junta uma série de obras recentes (e também várias orquestras e maestros). Pela Filarmónica de Berlim, dirigida por Simon Rattle, ouve-se Tevot (a peça que dá título ao disco). A Chamber Orchestra of Europe, dirigida pelo próprio Adès, apresenta o Concerto Para Violino e Three Studies From Couperin. A fechar, e pela National Youth Orchestra of Great Britain, com Paul Daniel, ouvem-se momentos da ópera Powder Her Face.

São tudo obras de 2005 a 2007, traduzindo um reatrato de um presente que afirma em Thomas Adès um dos valores mais seguros e cativantes da música dos nossos dias. Tevot, a obra “central” deste novo disco, representa um reencontro com Rattle e a Filarmónica de Berlim, que há cerca de uma década convocara o compositor britânico para lhe encomendar Asyla, uma peça sinfónica de alma surrealista em vários andamentos (que se tornou numa das referências fundamentais parta Adès). Tevot segue contudo outros caminhos. Obra para orquestra de um andamento único, é uma proposta intensa, que por vezes evoca o romantismo de finais do século XIX (numa escala por vezes quase wagneriana). O título (em hebraico) sugere uma ideia de “arca”… Uma arca que Adès refere como sendo a própria Terra, “uma nave que nos transporta – a nós e a outras espécies – através do espaço e em segurança. É a ideia da nave do mundo”… Tal como Tevot, também o Concerto Para Violino (com o sub-título Concentric Paths) são obras que decorrem das novas visões que a composição de The Tempest trouxe à música de Thomas Adès. O presente, que olha um futuro na história da música, passa definitivamente por aqui.

IndieLisboa, 25 de Abril

O IndieLisboa passa hoje o filme de Tom DiCillio When You’re Strange. Uma incursão pela memória dos Doors, narrada por Johnny Depp, usa filmagens de época, entre as quais uma série de imagens inéditas de um filme rodado na época, cruzando sobretudo caminhos entre os espaços e o tempo com a evolução da música (e a própria história) do grupo. O percurso transporta-nos a um período anterior à formação dos Doors e segue depois a “aventura” que colocou Jim Morrison, Ray Manzarek, Robert Kreiger John Densmore entre os protagonistas da história da cultura popular entre finais de 60 e inícios de 70. O filme passa à meia-noite no Cinema São Jorge.

Em visita à National Gallery


É talvez o mais “central” dos museus londrinos, morando em plena Trafalgar Square. A sua colecção permanente, de mais de 2300 obras, traduz um das mais representativos olhares sobre a história da pintura ocidental do final da Idade Média a 1900. É um museu de entrada livre (há um donativo de três libras sugerido ao visitante), sendo que algumas das exposições temporárias têm bilhete pago.

O museu surgiu em inícios do século XIX, na sua origem estando a aquisição, pelo Governo britânico, de 36 pinturas a um coleccionador privado. Era, na origem, uma colecção discreta e pequena (quando comparada com a de outros museus que começavam a surgir pela Europa). Foi crescendo lentamente ao longo do século XIX e início do século XX. Durante a II Guerra Mundial muitas das colecções foram retiradas e guardadas em castelos e edifícios universitários no País de Gales.

Na origem a colecção era relativamente pequena e, quando abriu as portas em 1824, o museu ocupava uma habitação urbana “normal” de três pisos… Muitas vezes sobrelotada de vistantes, a galeria original acabou por ceder a colecção a um novo edifício projectado para a entretanto criada Trafalgar Square, em Charing Cross. Ao longo da sua história o edifício conheceu várias obras de ampliação, a mais recente datando de 1991, criando a chamada Sainsbury Wing, que hoje alberga não apenas as obras mais antigas da colecção, como um restaurante e um espaço de exposições temporárias.

Este ano o programa de exposições temporárias da National Gallery apresenta várias propostas. Patente neste momento, é absolutamente imperdível uma mostra dedicada ao pintor dinamarquês do século XIX Christioan Kobke.

Christian Kobke: Danish Master Of Light – até 13 de Junho

Close Examination: Fakes, Mistakes and Discoveries – 30 de Junho a 17 de outubro

Frederick Calay Robinson: Acts Of Mercy: 14 de Julho a 17 de Outubro

Todos (ou... quase todos) os álbuns

Discografia Beatles - 75
'The Beatles Collection' (caixa), 1978

A compilação Raritites (ontem aqui evocada) integrava uma caixa antológica que reunia grande parte do catálogo editado em LP no Reino Unido pelos Beatles. Na verdade, The Beatles Collection incluia a totalidade da obra original em LP dos Beatles editada no Reino Unido (deixando assim de fora Magical Mistery Tour, que a principio foi lançado como duplo EP). Uma segunda caixa, editada em 1981, juntava o LP Magical Mistery Tour, mas deixava Rarities de fora.

sábado, abril 24, 2010

Pelos noventas esquecidos (4)

Não são dos nomes dos noventas um daqueles que o tempo “esqueceu”, mas a verdade é que os deixámos de ouvir… Nome determinante na história da música de dança dos anos 90, com obra que se começou a desenhar em terrenos entre o hip hop e o acid jazz e depois alargou horizontes a outras dimensões (contudo não muito distantes), os Stereo MCs têm uma obra que na verdade ainda remonta a finais dos oitentas. Os seus dois álbuns de referência datam contudo da alvorada dos noventas. São eles Supernatural (1990) e Connected (1992), este último o disco que então deles fez um “caso” global por algum tempo. É desse mesmo álbum, o terceiro na discografia deste colectivo britânico, que hoje recordamos o teledisco que então acompanhou Step It Up.




Stereo MCs
'Step It Up' (1992)

IndieLisboa, 24 de Abril

O IndieLisboa apresenta hoje, integrado na secção Indie Music, um filme que nos transporta até 1970 e a uma das mais célebres actuações ao vivo de Leonard Cohen (que recentemente conheceu edição em disco). Realizado por Mark Lerner, Leonard Cohen: Live At The Isle Of Wight 1970 (que passa na sala 3 do Cinema São Jorge pelas 00.00 horas, repete dia 2 de Maio, na mesma sala, às 18.45) recorda a actuação – que em palco se seguiu a uma mítica performance de Jimi Hendrix - com imagens da época juntando ainda palavras recentes de Joan Baez ou Kris Kristofferson.

Ainda hoje, o Indie Lisboa apresenta Orly (passa à meia noite no Cinema City Classic Alvalade 3, repete dia 27 na mesma sala às 21.45). Assinado por Angela Schanelec, o filme junta um conjunto de personagens que em comum apresentam o facto de, numa manhã, habitarem por alguns momentos espaços do aeroporto de Orly em Paris. São histórias sem ligação entre si que não as do local que lhes serve de cenário e o facto de acontecerem num terreno que vive entre partidas e chegadas. Histórias das quais não conhecemos nem o principio nem o fim, apenas fragmentos de acontecimentos que, naquele dia, vemos algures… em Orly.

Raridades, em antologia

Discografia Beatles - 74
'Rarities' (compilação), 1978

Em 1978 os Beatles viram toda a sua obra em álbum reeditada e integrada numa caixa. Havia contudo um “novo” álbum a bordo, em concreto uma antologia juntando num LP uma série de temas que ao longo dos anos haviam editado fora do alinhamento de álbuns. Com o título Rarities, juntava entre outros temas originalmente lançados em EPs, lados B e até versões em alemão de alguns dos seus êxitos. Originalmente apenas disponível na caixa The Beatles Collection, em 1979 o disco acabou por ter edição individual.

quinta-feira, abril 22, 2010

Mais um (da banda dos dois "x")

Os The XX continuam a extraír singles do alinhamento do seu álbum de estreia. O mais recente é este Islands, que se apresenta com novo teledisco, realizado por Saam Farahmand.

E finalmente a edição!

Vai finalmente ter edição o álbum que, há pouco mais de um ano, juntou David Lynch, Danger Mouse e Mark Linkous a uma série de outros colaboradores, entre os quais James Mercer, Julian Casablancas e Wayne Coyne. O álbum Dark Night Of The Soul vai ser editado em meados de Julho.

Agora a capa (e só falta mesmo o disco...)

Já foi tornada pública a capa daquele que muito em breve será o álbum de estreia dos The Drums. Com um total de 12 temas no alinhamento, o álbum The Drums tem edição agendada para 7 de Junho.

E depois dos Beatles - John

John Lennon era, dos quatro elementos dos Beatles, o que mais extensa obra a solo tinha já editada quando a notícia da separação do grupo chegou ao grande público. A sua discografia contava já com três álbuns de música experimental, um gravado ao vivo em Toronto em 1969 e três singles, entre os quais Give Peace a Chance e Instant Karma, transformados já em casos de êxito com expressão global. Em finais de 1970 foi contudo o último ex-Beatle a editar um álbum pop/rock. Mas fê-lo em nome da Plastic Ono Band, na verdade uma entidade colectiva sem formação fixa onde passaram, além de Lennon e Yoko Ono, figuras como Eric Clapton, Klaus Voorman ou os também ex-Beatles George Harrison e Ringo Starr. Plastic Ono Band, o álbum, é um disco de palavras duras e directas, acentuando o espírito crítico que Lennon tinha já revelado em canções dos Beatles ou já em gravações a solo. O disco nasce na sequência de uma etapa na vida de Lennon na qual o músico se sujeitou à chamada “primal therapy”, através da qual se confontou com episódios difíceis do passado, os seus ecos emergindo no presente, reflectindo-se assim na sua criação artística.

Pelo Victoria & Albert: Bailey

Ainda pelas salas do Victoria & Albert, em Londres, parando hoje frente a uma fotografia… dos Rolling Stones. Datada de 1965, a fotografia, assinada por David Bailey, integrou então um portfolio que retratava 36 figuras “da moda” daquele tempo. Cada foto integrada na David Bailey’s Box Of Pin-Ups estava acompanhada por um texto de Francis Wyndham.